Backup Não É Luxo, É Seguro de Vida: O Erro Fatal de Confiar Demais em um ERP na Nuvem

Um erro crítico de backup em uma empresa acendeu o alerta para todos que confiam cegamente em soluções na nuvem. Neste artigo, você entenderá por que backup é muito mais que precaução: é continuidade de negócios.

Backup Não É Luxo, É Seguro de Vida: O Erro Fatal de Confiar Demais em um ERP na Nuvem
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[PromptCast #3] Backup SaaS e Responsabilidade Compartilhada
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Imagine perder um ano inteiro de operações da sua empresa: números de série, registros de vendas, transações de estoque, tudo sumindo de uma hora para outra. Agora imagine que isso aconteceu mesmo com uma solução de ERP na nuvem, assinada, homologada e operada por um parceiro certificado. Parece um pesadelo, mas foi exatamente o que aconteceu com uma startup que expôs sua história no LinkedIn esta semana.

Quando o problema é confiar demais

A empresa usava o Zoho One, um conjunto robusto de soluções SaaS para CRM, ERP, automação de vendas, entre outras. Um parceiro certificado da Zoho, ao realizar uma operação de manutenção, acabou apagando dados críticos de toda a organização. O backup? Inexistente. A recuperação prometida pela fabricante? Nunca acessada.

Mesmo com a gravidade da situação, a resposta oficial se resumiu a algumas semanas de extensão na licença e isenção de taxas. Nada comparado ao impacto no faturamento, na confiança do time e, principalmente, na continuidade do negócio.

A ilusação do "tudo incluído"

Serviços SaaS nos vendem a promessa de simplicidade: não se preocupe com infraestrutura, não se preocupe com backup, não se preocupe com atualizações. Mas isso só funciona até o primeiro incidente. E quando ele acontece, a falta de um plano B pode significar o fim da jornada.

A verdade é que, em muitos modelos SaaS, o backup é limitado, opcional ou exige ativação manual. Além disso, a responsabilidade por manter uma cópia segura e independente é do cliente. A arquitetura da nuvem não é infalível. E parceiros podem errar.

O modelo de responsabilidade compartilhada

Plataformas como Zoho, Salesforce, Microsoft 365 ou Google Workspace adotam o chamado shared responsibility model, ou modelo de responsabilidade compartilhada. Ou seja:

  • O fornecedor garante a disponibilidade da infraestrutura, segurança física e continuidade da plataforma.
  • O cliente é o responsável final pelos dados, suas configurações, acessos e cópias de segurança.

Em outras palavras: se você não tiver backup, o problema será seu.

Um profissional ajoelhado em frente ao servidor com um pendrive nas mãos como se fosse um artefato sagrado.

O que aprendemos com essa crise?

  1. Backup é estratégia, não opção. Tenha backup externo, automatizado, com testagem periódica.
  2. Valide a competência dos parceiros. Um parceiro certificado não é sinônimo de parceiro qualificado.
  3. Documente tudo. Políticas, fluxos, acessos, planos de contingência. Se não está no papel, não existe.
  4. Revise seus contratos de SLA. Não dependa de "boa vontade" para resolver problemas críticos.
  5. Eduque seu time sobre riscos. SaaS é conveniente, mas também exige maturidade e governança.

Finalizando: a moral da história

Confiança sem preparação é negligência. A nuvem não é mágica. Toda empresa que lida com dados sensíveis precisa enxergar backup como o que ele é: um seguro de vida digital.

Se você ainda acredita que SaaS resolve tudo sozinho, talvez seja hora de rever seu plano de continuidade de negócios.

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